Nascida em 20 de março de 1915 na cidade de Cotton Plant, no estado de Arkansas, Estados unidos. Rosetta era filha de Katie Bell Nubin, uma colhedora de algodão e membro da pentecostal Igreja de Deus em Cristo. Aos seis anos de idade, Rosetta mudou-se com a mãe para Chicago, no fim da década de 20.
Nesse período a cidade vivia um verdadeiro de migrantes afro-americanos do Sul, que geralmente deixavam a vida rural e as colheitas de algodão para trás em busca de melhores condições de vida e trabalho.
Enquanto acontecia a inevitável fusão de influências culturais e musicais como o e , Katie, que era fervorosa pregadora da palavra de Deus, entendeu que sua filha era um prodígio da música.
Rosetta desde muito cedo mostrou seu dom como cantora, guitarrista, compositora e performer. Levada por sua mãe, cantava de igreja em igreja mostrando sua naturalidade e descontração. Era capaz de alternar muito facilmente do piano para guitarra, sem parar de cantar, o que lhe deu grande notoriedade e um público extremamente fiel.
Nascida Rosetta Nubin, seu sobrenome Tharpe foi registrado com erro de ortografia, quando casou-se com o pastor Thomas Throrpe, seu primeiro marido aos 19 anos. Infeliz com o casamento, Rosetta separou-se e foi para Nova York, onde faria grande sucesso ao começar a cantar na famosa night club Cotton Club, onde se apresentavam artistas como Cab Calloway, Count Basie, Billie Holliday e muitos outros. Apesar da época de grande hostilidade e segregação racial, onde haviam estabelecimentos “só para brancos”, os grandes músicos do Cotton Club e das rádios eram todos negros.
Como o público que amava ouvir os godspells das igrejas era totalmente diferente da audiência do Cotton Club e das casas noturnas, Rosetta, sem abandonar sua raiz gospel fez uma adaptação no seu estilo de cantar com as grandes bandas que tocavam na noite, o que resultou na guinada de sua carreira e na gravação de seu primeiro disco gospel, aos 23 anos pela Decca Records, com os sucessos “The Lonesome Road”, “Rock me”, “My Man and I” e “That’s All”.
Mesmo durante a segunda guerra mundial, Rosetta continuou cantando e gravando, era uma dos dois único artistas gospel autorizados a gravar para os soldados no exterior.
Era a favorita dos soldados negros do exército. Sua música de 1944 “Strange Things Happening Every Day” é considerado por muitos do meio musical como a primeira gravação de rock n’roll.
Em um período onde o racismo imperava, Tharpe era uma mulher de fé, livre e vivia quebrando barreiras sociais. Além de ter se tornado muito rica, dividiu diversas vezes o palco com artistas brancos, com os quais entrou em turnê, entre eles o grupo Jordannaires, um quarteto só de homens. Sua vida afetiva foi repleta de “affairs” com homens e mulheres, até que casou-se pela segunda vez com Russel Morrison, em uma cerimônia aberta ao público, no Griffith Stadium em Washington.
Rosetta viveu em turnê, e além das casas noturnas, nunca deixou de cantar na igreja. Com uma carreira já sólida e sendo uma celebridade, seu público começou a se misturar para a literalmente dividir o mesmo espaço físico, o que parecia impossível com a segregação racial. Mas por ser uma artista nata, autêntica, e rebelde com o poder dar “alma” a sua guitarra, Tharpe foi grande influência para vozes vindouras do rock, como Chuck Berry, Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e muitos outros.
Com a morte de sua mãe em 1963, entrou em depressão e sua saúde se deteriorou, agravando seu quadro de diabetes, levando a amputação de uma de suas pernas.
Rosetta morreu em 1973 na Filadélfia aos 58 anos, por complicações da doença. O último vídeo que se tem de Rosetta é de seu último show em Copenhagen, Dinamarca.
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